terça-feira, 5 de outubro de 2010
Tiririca : sobre política, palhaçada e analfabetismo
segunda-feira, 27 de setembro de 2010
Luan Santana, Beto Barbosa e as safadas mulheres paraenses
Assunto recorrente nas rodas dos garbosos cavalheiros e damas do Século XVI e seguintes, era a discussão de se poder atribuir características genéricas a certos indivíduos apenas por conta de sua raça, origem ou gênero.
Com efeito, na época muito se perguntava se o negro era gente ou bicho, se o índio poderia ou não ir para o céu ou se a mulher era ou não inferior ao homem. Certamente não faltaram “cientistas” para encontrar fundamentos bíblicos que legitimassem certos discrimens.
Na mesma linha de raciocínio era corrente entre os colonos lusitanos a afirmação que o índio era preguiçoso, mentiroso e fedorento. Era até pleonasmo chamar alguém de índio preguiçoso, bastava apenas chamar de índio.
Dentre os vícios mais comuns e ignóbeis dos silvícolas encontrava-se sem dúvida a "lascívia". Como dizia Caminha se referindo aos habitantes da terra brasilis, estes “Andam nus, sem cobertura alguma. Nem fazem mais caso de encobrir ou deixa de encobrir suas vergonhas do que de mostrar a cara”.
As mulheres despudoradas andavam despidas, exibindo suas ancas desenhadas e seus seios rotundos. Os bugres sequer cobriam suas partes pudendas e seus dorsos torneados. Ademais, os gentios fornicavam feito preás, não tendo hora ou local. Se não tinham camas para estirar seus corpos, isso pouco lhes importava, copulavam na florestas, nas redes, no rio, etc. Talvez por isso fossem tão preguiçosos.
Com o passar dos séculos, todavia, foi se dando conta que aquela..., digamos, “suscetibilidade” não era exclusiva do “assanhamento” que é característica de todo indígena descarado e sem vergonha, mas andava por afetar a todos nestas bandas: donzelas pudicas, moçoilas bem educadas na Europa, castos jesuítas e até mesmo acabou ressuscitando o vigor, já há muito perdido, de ricos portugueses estabelecidos na Província do Gão-Pará.
Forçoso fora concluir então, que a origem desta incontinenti luxúria só poderia estar relacionada com o "calor do equador". Outros, procurando arranjar indícios na então incipiente ciência, atribuíam à ingestão das iguarias locais, como : açaí, farinha, tucupi, jambu, cupuaçu, etc. Que teriam certos efeitos afrodisíacos.
Aos poucos a discussão foi perdendo sentido até se perder na noite dos tempos
Pois bem, depois do embate morto há séculos e séculos; depois que certas idéias pareciam enterradas no mais profundo foço de Nuremberg; depois da revolução feminina, da destruição do conceito de raça, depois da internet, das vídeo-chamadas, depois dos avanços da física quântica, da democracia participativa, da pílula do dia seguinte, do papel higiênico para limpar a bunda, da escola de dentes, enfim....Depois de todos estes séculos o cantor sertanejo Luan Santana resolveu retirar a discussão dos anais, compêndios e livros de história e dos alfarrábios dos jesuítas para vida real.
“ as mulheres daqui são todas umas safadas”, supostamente teria dito o cantor sertanejo
Muito bem Sr. Luan, mesmo a despeito de sua parca idade e experiência; de seu rosto andrógino e imberbe e de seu cabelo justinbieberniano, devo concordar com o Sr. Também acho que são safadas, como todos por estas paragens me parecem mesmo safados.
Só mesmo um povo tão safado e sem vergonha poderia criar danças igualmente sem vergonha como o carimbó, o siriá, o lundu e mais atualmente o brega e a lambada.
Talvez seja por conta do atavismo luxuriante dos indígenas ou pelo velho e famoso “calor do equador” que aguça a lascívia; talvez por aquele mormaço característico que ocorre depois da chuva, imprimindo às tardes languidez e preguiça; talvez da dormência tépida que o jambu com tucupi deixam nos lábios...sei lá. O certo é que somos todos grandessíssimos safados.
Enquanto não descobrimos as origens desta latente concupiscência, Sr. Luan Santana, fica aqui os meus conselhos:
O primeiro é que o Sr, presume-se pela idade em pleno vigor físico, deveria aproveitar mais e reclamar menos. Pelo menos assim não correria o risco de levar sopapos de lambadeiros de plantão (igualmente safados como eu e as mulheres paraenses)
Se o primeiro conselho não der certo, Sr. Luan Santana, fica o convite para passar mais tempo sob o calor do equador. Aproveite e mude seu passadio e importe de nosso cardápio diário uma de nossas safadas iguarias, como o tucupi, o jambu, o açaí. De minha parte proponho a fazer como sugeriu Stallone, mas ao invés de macacos, poderíamos mandar toneladas e mais toneladas de nossa melhor fruta, o açaí. Assim, mesmo que o Sr. não goste lá muito da fruta, talvez encontre nela alguma inspiração. Nunca se sabe né???...para Deus e para o açaí, tudo é possível.
Ass: Mais um índio safado
Ps: Beto Barbosa te manda lembranças...
quinta-feira, 23 de setembro de 2010
Cinco expressões bemmmm atuais
segunda-feira, 6 de setembro de 2010
6 de setembro: O DIA DO SEXO
No Brasil desde 1953 que se comemora o dia dos pais, sendo a data de
2º domingo de agosto motivada puramente por aspectos comerciais, o mesmo podendo se dizer do dia das mães, das crianças e dos namorados.
Os preservativos OLLA, desde 2008 têm lançado o dia 06 de setembro, ou seja, hoje, como o dia do sexo, como forma de intensificar a venda de seus produtos.
Não sei vocês, mas quanto a mim, não sou pai; não sou mãe ou criança; não tenho o que se chama de "namorada", muito menos sou católico, então, foda-se, ora, vamos aproveitar....desculpem o trocadilho.
segunda-feira, 14 de junho de 2010
Confissões de uma mente inquieta. DDA, TDA,TDAH
segunda-feira, 17 de maio de 2010
O poder extra-sensorial de Lula
terça-feira, 11 de maio de 2010
Nibiru,os Maias e a Madonna
A primeira vez que me deparei com ele ainda possuía a suscetibilidade adolescente. O fim dos tempos, o Armagedom me causava pavor. Era final dos anos 80. As pessoas respiravam aquela atmosfera apocalíptica: a guerra fria; a iminente explosão atômica; o boneco do Fofão e sua espada demoníaca; o som new wave dos B-52`s e do Zig Zig Sputnick e toda aquela parafernália hi-tech produzida pela corrida espacial. Todas as evidências apontavam para o fim próximo.
Cheguei a entrar em pânico quando um colega visionário-paranóico- pessimista me emprestou um VHs do Nostradamus. Naquela noite mal preguei os olhos pensando na máquina do juízo final descrita no filme do Kubrick e na frase com que o Cid Moreira e sua voz gutural anunciaria: "Boa noite, finalmente chegou o fim do mundo". Iria morrer sem ganhar na loteca, sem me tornar um astro do rock , e por fim, sem comer a Madonna.
Para minha felicidade fui crescendo sem que as terríveis profecias se cumprissem. Quando finalmente Saddam Hussein virou carta fora do baralho e o profeta Raul Seixas parou de cantar o novo aeon para vestir a camisa de onze varas, respirei aliviado. Ainda tínhamos esperança.
Nem bem comemorávamos e os malucos messiânicos já jogavam água no nosso chope com novos rumores sobre o fim do mundo. " Dos 1000 chegarás mas dos 2000 não passarás" era a frase supostamente bíblica que se comentava na fila dos ônibus; se lia pichada nas privadas dos banheiros ou exibida nos pára-choque dos caminhões antes da passagem do milênio. Tudo bem que possivelmente a frase nem constasse, de fato, dos textos bíblicos, mas o que importa? ninguém lia a bíblia mesmo e por outro lado a frase parecia fazer todo sentido na boca daquele testemunha de Jeová.
Mais uma vez escapamos por pouco. Acho que aquele foi o melhor reveillon que já passei. Uffa!!! Pensei com os meus botões " agora vamos viver mais uns mil anos"…….ledo engano. Miséria pouca é bobagem.
Quando tudo era sombra e água fresca logo apareceu outro paranóico interpretando uns textos babilônicos. Segundo seus estudos um tal planeta chamado Nibiru iria cruzar a órbita da Terra destruindo toda a vida aqui existente, como fizera nos primórdios com nossos irmãos de hecatombe, os dinossauros. Como maluco só anda em bando não demorou para surgirem outros astros correspondentes em outras extintas culturas e religiões. Hercólubus (Gnose), Marduk (Sumérios), Planeta X, ou por fim "o segundo sol" , isto mesmo, aquela musiquinha com letra tão ingênua que cantamos no videokê.
Quando esta estrela da morte cruzaria nossos olhos indefesos? Nada menos que 2012.Claro, a NASA sabe de tudo.
Mas não ficaram felizes tão-só com um planeta assassino espalhando fogo e destruição. Qual o quê.
Os Maias, aquele povinho filha da puta, que não fazia outra coisa a não ser medir as estrelas e decapitar cabeças em sacrifício no filme do Mel Gibson, resolveram escolher uma data exata para o fim dos tempos em seu livro sagrado, o Popol Vuh. E quando seria essa fatídica data? Daqui a 2 mil anos?Daqui a 4 mil anos? Errou, 21 de 12 de 2012. Nada de mais se eles não tivessem previsto, entre outras coisas, que Quetzcoatl, a serpente emplumada, voltaria como um homem branco, de barba, carregando um pau de fogo e que ele destruiria toda a civilização. Qualquer semelhança com a chegada dos espanhóis não é mera coincidência.
Para colocar mais lenha na fogueira (e já nem sei é apropriado falar em fogueira) os astrônomos confirmam que nesta data exata o Sol e a Terra estarão perfeitamente alinhados com o centro da Galáxia, um grande buraco negro. Eu e provavelmente você não sabíamos disto, mas os trocentos sites da internet e os filhos da puta dos Maias, já.
E tem mais, quem arriscaria dizer a data que o I CHING, o oráculo chinês, prevê como fim dos tempos? Bingo.
De certo que já não tenha lá meus 13 anos e nem me impressione assim com tanta facilidade lendo qualquer pasquim de quinta categoria na Net, todavia aquela frase vem muito bem a calhar : "não acredito em bruxas mas que elas existem, existem". Desta vez não tem Nibiru que me segure. Jesus Luz que me perdoe, eu não dispenso a Madonna.
quinta-feira, 6 de maio de 2010
Entre gnomos,elfos e nosferatus
De uns tempos para cá tenho notado um mote quase que constante em nossa cultura pós-moderna. Parece-me que se tornou recorrente em nossos livros, filmes e revistas a presença de reinos encantados povoados por criaturas fantásticas e míticas. Os cultuadores do estilo, nerds e tiozões, comentam os episódios decorando os nomes das criaturas e entidades; religiosos paranóicos chamam atenção para uma teoria da conspiração a propagar mensagens subliminares enaltecendo valores e símbolos da demoníaca nova era; "hipongas" sobreviventes do Woodstock aproveitam a onda para descolar um troco vendendo incensos, ervas e fazendo mapa astral.
A par de discussões teológicas e filosóficas o certo é que abundam elfos, anões e orcs nas páginas oníricas de Tolkien; pululam dragões, fadas e duendes nas películas clichês da rainha dos baixinhos; vampiros góticos-vegetarianos fazem poemas de amor; coelhos soturnos dividem espaço com bruxas liliputianas nas telas noir de Tim Burton, e por ai vai…
O mundo fantasioso do faz-de-conta nos provoca tanta curiosidade e frisson que alguns olhos menos atentos não se dão conta dos pequenos reinos idílicos e mundos encantados habitados por personagens surreais também existentes, aqui mesmo, no nosso dia-a-dia. Não estranhe caro leitor se por acaso cruzar com um gnomo barbudo lendo jornais no shopping ou topar com um ogro ao tomar a lotação, medusas então, estas nem se o diga, encontramos aos montes. Você mesmo deve estar ao lado de uma com uma máscara facial ordenando que jogues o lixo para fora.
Ainda outro dia li nos jornais que uma jovem após fazer os exames pré-natais e laboratoriais em uma unidade de saúde municipal de Belém ficou espantada quando após a cesariana descobriu que o bebê não estava lá…Ora, só pode ter sido raptada pelo monstro do armário ou algum ciclope ou duende perneta. Talvez tenha sido teletransportada para ilha de LOST e esteja na companhia do padre voador e seus balões coloridos. Nada há de estranho nisto, apenas não estamos acostumados a identificar tais seres fantásticos em nossa volta.
Quanto há de semelhança entre a Procuradora acusada de seviciar a garota em sua guarda com a bruxa de joão e maria, olhando diuturnamente seus dedinhos para ver se já estavam gordinhos? Desconfio até que seja sua prima afastada ou seja sua tia-avó de Piracicaba. Que Carochina que nada….
Falando em semelhança,digam se o presidente do Senado italiano pego dormindo ao ser entrevistado em um programa não está mais para um Nosferatu ou um Dr. Caligari digno do expressionismo alemão?
O que dizer então do pernambucano analfabeto que passou no concurso público? Essa é simples, possuía a bola de cristal. Como uma tetraplégica consegue andar na novela das 8? Pozinho de pirlimpimpim. Como impedir o impacto ambiental no golfo do méxico? Ora, chamem o Avatar….
sábado, 17 de abril de 2010
O inconsciente solidário coletivo
Primeira volta, óbvio, convidei a garota para impressionar. Já ia fazer a curva. A mão avançava rumo à marcha, quando ela disse:– meu amor o moço do taxi tá dizendo que a porta tá aberta-. Expliquei-lhe que era assim mesmo e que apenas parecia estar aberta. Pensei com os meus botões : “ curioso, taxista é capaz de te cortar a qualquer momento, te xingar dos piores palavrões, mas mesmo assim correu para avisar da porta. O mundo ainda tem jeito”.
Daí em diante foi ciclista, pedestre, guarda de trânsito, motoristas de ônibus fazendo acrobacias intrépidas para poder dar o aviso - sua porta está aberta- Pensei, afinal, o que move este impulso quase atávico? O que incomodaria tanto em uma simples porta aberta? Ou vocês já viram alguém que de fato caiu de um carro em movimento por ter o descuido de se firmar em uma porta semi-aberta?. Resposta: o inconsciente solidário coletivo.
A segunda constatação do solidário coletivo foi recente, no dia do meu aniversário. Conquanto na mesma semana tenha sido chamado de piegas, descontrolado e pseudo-intelectual (por quem venderia o corpo pra comprar objetos caros da Tiffany`s), o certo é que me impressionou o número de pessoas que te mandam felicitações pelo Orkut. Ligações mesmo, apenas uns velhos camaradas.
São primos que só encontras e casamentos e funerais; Amigos da quinta série; Ex-amantes; Alguém que te adicionou depois daquele final de semana em Algodoal; Vizinhos; Chatos do teu trabalho e finalmente, aqueles que estão na tua rede social e você não sabe nem quem é....
Jung explica: Só pode ser o inconsciente solidário coletivo.
segunda-feira, 5 de abril de 2010
ONTEM DE MADRUGADA
O corpo fatigado estirava-se lasso sobre a cama. Parecia alheio ao tilintar que insistia em chamar pelo espectro que esvoaçava de sonho em sonho, perdido pelos recônditos oníricos da mente. O troar de agudo persistente não se dava por vencido, intercalava gritos pelo quarto sem contudo cessar sua voz. Os livros cobriam as cômodas, anônimos pela escuridão. A garrafa de uísque quase seca e as baganas de cigarros compunham uma mistura que empestava o ar com seu odor barato e acre. Logo após um breve descanso o silvo voltou a ecoar bradando selvagemente, devorando o silêncio com sofreguidão. A TV brilhava muda, esquecida em um canto com as imagens de um filme noir do Polanski indo e vindo na tela sem chamar qualquer atenção. Da rua já se ouvia o disco de embreagem quebrado de um ônibus que fazia sua primeira corrida e os palavrões de um gigolô que cobrava seu troco de uma senhora gorda. Aos poucos o corpo envolto com um grosso edredom, sonolento, voltava a si retomando a consciência. O aparelhinho fremia vitorioso cantando seu hino. Os olhos lenientes hesitavam em abrir. A cabeça rodando mais que bolsa de puta. O coração palpitou acelerado, talvez prevendo de onde vinha o ruído o qual lhe despertara. A mão, vacilante, aos poucos avançava rumo ao celular. Os olhos ansiosos fixaram-se no nome que brilhava no display, como néon no inferninho da esquina. Olhou o relógio: era madrugada. Pensou em não atender. Um turbilhão de pensamentos assaltou sua mente. Era ela…..
terça-feira, 16 de março de 2010
Aos trôpegos ébrios lúbricos
Ébrios e prenhes de fantasias tão atrozes quanto à trois.
Troam as vozes dos trovões enquanto lúdicos loucos se permitem e se perdem em fantasias, versos e aliterações. "três pratos de trigo para três tigres"
Quem foi que disse que três é número impar?
Se estória não consta dos dicionários, aquela seria uma, sem nexo, sem léxico, no meio de tantas outras não dicionarizáveis.
“Onde eu deixei minha bolsa?”, “Por que você me queimou com as cinzas do cigarro?”, “Onde estão as chaves do carro, meu bem?”
Pândegos, riem e remoem memórias vívidas e não vividas. Cantam velhas canções que ouviram em um boteco enxovalhado da esquina onde se toma uma coca-cola depois de uma noite de ressaca.
Troçam e se trançam, brincam e descansam, brindam e balançam. " Você realmente leu aquele livro do Baudelaire ou está bêbado?". " Os dois meu bem!!".
Lúbricos, ignoram a luz do dia. São pintores de uma tela cubista com a paleta de cores feita de membros e retalhos, de frêmitos e humores. Protagonistas de uma película surreal de Dali e Buñel, ou náufragos em uma canoa, sem limites, como em outra do Mario Peixoto.
Trôpegos, lassos e sem laços já não encontram mais o vulgar caminho daquilo que se chama casa. " deixe que ela dirija", "Por que você me tratou assim?"……….."Ei, que chaves são essas no meu bolso?"
quarta-feira, 3 de março de 2010
O QUASE-CONSELHO DE UM ARIANO A UM AMIGO TAURINO
Tenho um camarada que é de Touro. Um daqueles tipos teimosos e bonachões que acredita em todo o mundo, incapaz de fazer mal a uma mosca e que troca uma domingueira no Mormaço para ficar em casa tomando coca-cola, comendo pizza e assistindo Faustão. E, claro, que não lê meu blog, o que me deixa tranqüilo para postar sem ele me chamar pra chincha. Pois bem, um dia desses o sujeito me procurou pedindo conselhos sentimentais. Não sei porque procurou a mim. Talvez pelo fato de os carneiros possuírem chifres tão robustos quanto os touros. Ora veja, meu parceiro havia arranjado uma namorada há pouco tempo e mal sabia que tinha arrumado sarna para se coçar. Caso clássico na patologia chifrense. A ploc encontra um trouxa para posar de star e longe dos olhos dá mais que chuchu na serra. O tucupi é sempre o mesmo só muda o pato. Para encurtar a história. Não comia, dormia ou trabalhava há pelo três dias. Me relatou minuciosamente um punhado de fatos que, por ironia do destino, sempre tinham uma segunda interpretação plausível. Falou praticamente durante uma hora e ao final me disse: " na verdade, não tem nada a ver, eu é que estou criando coisas". Permaneci calado. Ele sem nada mais acrescentar despediu-se a saiu aliviado. Falar pra que? Burro velho não aprende a marchar.
Ora, afora casos de síndrome de Otelo, se você desconfia de alguém é porque existe no mínimo algo para dar azo a essa desconfiança. Corno São Tomé não se contenta com indícios. Eu mesmo há algumas semanas constatei por acaso uns chifres que levei no passado e que à época deixei por crédito do benefício da dúvida. (na conta do Papa). Paguei o preço: o íncubos dos infernos usava até a filha como álibi para fornecer comida delivery pro amiguinho de Curitiba. Boa bisca não era.
Cornos de touro ou carneiro a parte, tirei uma lição que quis dizer ao meu amigo taurino mas me faltou coragem ou me sobrou compaixão. " NUNCA ACREDITE EM UMA MULHER QUE TE DIZ QUE NAO DA VALOR A BELEZA FISICA: OS MARIDOS SAO FEIOS, MAS OS AMANTES SAO LINDOS".
domingo, 21 de fevereiro de 2010
Só me fodo nesta merda
sábado, 13 de fevereiro de 2010
Da vocação ao precipício
deixai toda a esperança, oh vós que entrais!!!!!!!!
Há tempos identifiquei em mim um problema que é sempre recorrente. Para onde caminhe me deparo inevitavelmente com o precipício. Olho para baixo, a vertigem me deixa tonto, os sentidos embotados. A desesperança. O desejo de lançar-se. Reluto, e retomo meu caminho até que encontre mais um precipício e mais outra vertigem.Com o tempo inferi desta constatação que sou acometido de uma espécie de vocação," Síndrome do precipício" cujos sintomas são mais comuns do que possa parecer. Passa-se um tempo tranqüilo, a planície bela, a relva mansa, o vento cálido, o sol sorri como criança. Crê-se por certo tempo que tudo permanecerá assim . Quando menos se espera irrompe-se o precipício como uma imagem onírica em technicolor. Pessoas como eu trazem subjacente o precipício consigo e arrastam quem tiver ao lado. Não há saída. O céu torna-se turvo. As lufadas de vento congelam até os ossos. Um calafrio percorre o corpo. Você caminha pela escarpada vendo as pedras e todas as esperanças despencarem no vazio infinito e absoluto. O coração dispara sua marcha frenética e a sensação da morte é constante. O desfiladeiro parece dizer…….." precipite-se", " precipite-se" ,"precipite-se".