quinta-feira, 18 de junho de 2009
OXÍMORO II, O RETORNO
Teu ódio amoroso ou meu odiável amor?Tuas mentiras sinceras ou minhas verdades mentirosas?Tua estúpida sensatez ou minha lúcida estupidez?Tua felicidade desditosa ou minha triste felicidade?Tua constante inconstância ou minha inconstante constância?Tua compaixão egoísta ou meu egoísmo compassivo?Tua suavidade pungente ou minha agressiva suavidade?Tua promíscua fidelidade ou minha leal infidelidade ?Tua superficialidade profunda ou minha profundidade pueril ?Tua segurança instável ou minha instabilidade segura?Quem venceu esta luta passiva? Não temo dizer: apenas o oxímoroNo congruente paradoxo daqueles instantes eternos
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Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirei, sou eu! estava não sei pq cargas d'água na conta da carol ...! era eu dizendo que esse é um dos meus prediletos. um beijo, minha epifania encravada no cotidiano!
ResponderExcluir"Somos diferentes, tu e eu.
ResponderExcluirTens forma e graça
e a sabedoria do só saber crescer
até dar pé.
Eu não sei onde quero chegar
e só sirvo par uma coisa
- que não sei qual é!
És de outra pipa
e eu de um cripto.
Tu, lipa.
Eu, calipto"
.
ps - é do veríssimo, filho.
Alguma coisa me diz que gostarás mais do próximo post. Confie me mim,eehehheheheheh
ResponderExcluirA fruta aberta
ResponderExcluirThiago de Mello
Agora sei quem sou.
Sou pouco, mas sei muito,
porque sei o poder imenso
que morava comigo,
mas adormecido como um peixe grande
no fundo escuro e silencioso do rio
e que hoje é como uma árvore
plantada bem alta no meio da minha vida.
Agora sei as coisa como são.
Sei porque a água escorre meiga
e porque acalanto é o seu ruído
na noite estrelada
que se deita no chão da nova casa.
Agora sei as coisas poderosas
que valem dentro de um homem.
Aprendi contigo, amada.
Aprendi com a tua beleza,
com a macia beleza de tuas mãos,
teus longos dedos de pétalas de prata,
a ternura oceânica do teu olhar,
verde de todas as cores
e sem nenhum horizonte;
com tua pele fresca e enluarada,
a tua infância permanente,
tua sabedoria fabulária
brilhando distraída no teu rosto.
Grandes coisas simples aprendi contigo,
com o teu parentesco com os mitos mais terrestres,
com as espigas douradas no vento,
com as chuvas de verão
e com as linhas da minha mão.
Contigo aprendi
que o amor reparte
mas sobretudo acrescenta,
e a cada instante mais aprendo
com o teu jeito de andar pela cidade
como se caminhasses de mãos dadas com o ar,
com o teu gosto de erva molhada,
com a luz dos teus dentes,
tuas delicadezas secretas,
a alegria do teu amor maravilhado,
e com a tua voz radiosa
que sai da tua boca
inesperada como um arco-íris
partindo ao meio e unindo os extremos da vida,
e mostrando a verdade
como uma fruta aberta.