quinta-feira, 18 de junho de 2009

OXÍMORO II, O RETORNO

Teu ódio amoroso ou meu odiável amor?Tuas mentiras sinceras ou minhas verdades mentirosas?Tua estúpida sensatez ou minha lúcida estupidez?Tua felicidade desditosa ou minha triste felicidade?Tua constante inconstância ou minha inconstante constância?Tua compaixão egoísta ou meu egoísmo compassivo?Tua suavidade pungente ou minha agressiva suavidade?Tua promíscua fidelidade ou minha leal infidelidade ?Tua superficialidade profunda ou minha profundidade pueril ?Tua segurança instável ou minha instabilidade segura?Quem venceu esta luta passiva? Não temo dizer: apenas o oxímoroNo congruente paradoxo daqueles instantes eternos

5 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. ei, sou eu! estava não sei pq cargas d'água na conta da carol ...! era eu dizendo que esse é um dos meus prediletos. um beijo, minha epifania encravada no cotidiano!

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  3. "Somos diferentes, tu e eu.
    Tens forma e graça
    e a sabedoria do só saber crescer
    até dar pé.
    Eu não sei onde quero chegar
    e só sirvo par uma coisa
    - que não sei qual é!
    És de outra pipa
    e eu de um cripto.
    Tu, lipa.
    Eu, calipto"
    .
    ps - é do veríssimo, filho.

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  4. Alguma coisa me diz que gostarás mais do próximo post. Confie me mim,eehehheheheheh

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  5. A fruta aberta

    Thiago de Mello


    Agora sei quem sou.
    Sou pouco, mas sei muito,
    porque sei o poder imenso
    que morava comigo,
    mas adormecido como um peixe grande
    no fundo escuro e silencioso do rio
    e que hoje é como uma árvore
    plantada bem alta no meio da minha vida.


    Agora sei as coisa como são.
    Sei porque a água escorre meiga
    e porque acalanto é o seu ruído
    na noite estrelada
    que se deita no chão da nova casa.
    Agora sei as coisas poderosas
    que valem dentro de um homem.


    Aprendi contigo, amada.
    Aprendi com a tua beleza,
    com a macia beleza de tuas mãos,
    teus longos dedos de pétalas de prata,
    a ternura oceânica do teu olhar,
    verde de todas as cores
    e sem nenhum horizonte;
    com tua pele fresca e enluarada,
    a tua infância permanente,
    tua sabedoria fabulária
    brilhando distraída no teu rosto.


    Grandes coisas simples aprendi contigo,
    com o teu parentesco com os mitos mais terrestres,
    com as espigas douradas no vento,
    com as chuvas de verão
    e com as linhas da minha mão.
    Contigo aprendi
    que o amor reparte
    mas sobretudo acrescenta,
    e a cada instante mais aprendo
    com o teu jeito de andar pela cidade
    como se caminhasses de mãos dadas com o ar,
    com o teu gosto de erva molhada,
    com a luz dos teus dentes,
    tuas delicadezas secretas,
    a alegria do teu amor maravilhado,
    e com a tua voz radiosa
    que sai da tua boca
    inesperada como um arco-íris
    partindo ao meio e unindo os extremos da vida,
    e mostrando a verdade
    como uma fruta aberta.

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