Remexendo algumas gavetas encontrei este texto que escrevi em 04/08/2004. Na época nada ou quase nada tinha ainda de "anti-herói". Lírico, via o mundo de outra maneira. Nessa mesma época, feliz, quase casei. Também derramei rios de lágrimas sendo apresentado à dor, à angústia e à desesperança. Durante algum tempo os "sis" me atormentaram. "e se tivesse casado?"; "e se não tivesse insistido tanto?"; "e se tivesse sido uma pessoa melhor?", "se não tivesse desistido?","e se nem tivesse conhecido?" enfim. O certo é que olho para o passado hoje com muita tranquilidade, sem me arrepender tanto de erros quanto acertos, afinal tudo e todos que passsam por nós contribuem de alguma forma a sermos o que somos hoje, e isso é tudo o que temos de realmente concreto,o resto, ou seja, os "sis", estes são apenas conjecturas.Se tudo o que é sólido se desmancha no ar, imaginem o que nem isto é. Bem, na pior das hipóteses pelo menos ficou o texto.
DESTERRO
Oh! Impiedosa estátua de gelo
Vaticina o fim com zelo
Não titubeia reticente
Se sabes do vil tormento que minh’alma sente
E que não se queda saciado
Entre as grades do desterro
Apenas olha com o esmero
De quem sequer padece
Da dor pungente que não arrefece
Nem abandona seu lanhado
Oh! Orgulhosa empedernida
Não sabes que o rancor de que és parida
E uma enganosa armadilha
Porque, quanto mais alimenta sua filha
A separa de seu amado
Ah! Tua dor não vem a lume
Se sofres e só por costume
De rogar-se assaz clemente
Com os mortais incontinentes
Por suas penas desterrados.
Oh! inimiga dos amantes
Porque não torna qual d’antes?
Enternece e degela teu olhar
Perdoa a quem tens de perdoar
Invade o purgatório, como a Beatriz de Dante
E, complacente, me retira de lá.
Durante algum tempo os "sis" te atormentaram. Pois os "ses" (pois é eu prefiro com o E ao posto do I) ainda agora me atazanam... E se conseguisse rezar, e se pedisse aos céus, e se fosse menos polido, e se não me incomodasse tanto com certas verdades e se... e se... e se...
ResponderExcluirCaro Herói (não sei ver um amigo como anti alguma coisa), escrever cândidas poesias ajuda a superar os "ses" ou elas são o resultado desta fase???
Bem, se ao fim restarem-me as letras, minhas letras, vou encarar como consolo.
Talvez sua resistência em me chamar de "anti" seja a associação quase inevitável que se faz entre o anti-herói e o vilão. Coisas totalmente diversas. O anti-herói é tão-só um contraponto do herói.
ResponderExcluirQuanto aos "sis", talvez tenhas razão. "sis" seria o plural da nota "si", porém hás de concordar "ses" soa pra lá de estranho.....(parace o número"6" escrito errado)
perdoe, esqueci de responder. O texto ainda é deste período "heróico", os "sis" são posteriores.
ResponderExcluirFale Edu! Cara, gostei muito do teu blog! Voltarei aqui com frequencia.
ResponderExcluirE serás sempre bem-vindo, mas aqui sou o anti-herói contemporâneo
ResponderExcluirNão vou te chamar anti nada... anti é antítese. Eu torço pro herói, mesmo se o vilão, por vezes, é mais interessante, mas torço pro mocinho e não pro bandido ou pro anti qualquer coisa...
ResponderExcluirEntão, amigo Edu, seja por implicância, que por princípios... a alcunha de anti eu não te dou...
Aaahhh, quanto passado. E quanta poesia! Tem a dor da saudade, tem a dor da falta. Parece que tudo foi mais bonito antes, né? Mas, não, olha, vou te contar um segredo: o que importa é olhar sempre pra frente (sou aquariana!), o presente e o futuro cheiram melhor e prometem trilhões de possibilidades. Basta olhar ao redor. Bjs!
ResponderExcluirO mais importante é não se arrepender mesmo. Toda experiência é válida! Bjus Eduuuuuuuuu
ResponderExcluirA vida é um teatro. Depois que o espetáculo se encerra, as cortinas se fecham. Aí é hora de construir outra peça, outro cenário novos personagens...
ResponderExcluirCaro anti-herói (discordo do Ney, esse anti-vilão rs), eu também me identifico com isso. Não me arrependo de quase nada que fiz, mas o meu hoje nada tem a ver com o meu ontem, embora seja produto dele. Ou não.
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