sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

DA ESTREITA RELAÇÃO ENTRE A PERERECA E A PROPRIEDADE PRIVADA



Já vem de longe a relação que as pessoas atribuem entre o dinheiro e a mulher. Feministas furibundas arrancam os cabelos erguendo bandeiras e conclamando protestos. Pícaros machistas, embriagados nas mesas dos bares e rodas de amigos, divertem-se contando piadas e brindando à preferência feminina pelo vil metal, enquanto o ditado popular continua nas bocas, rotundo: “quem gosta de homem é gay, mulher gosta é de dinheiro”. O tema parece mexer tanto com o imaginário popular que abandonou o almanaque de piadas canalhas para ingressar na academia. Ri de mim pra mim ainda outro dia lendo a reportagem sobre a pesquisa de uma universidade americana que, descobrindo a pólvora, concluía que as mulheres preferem a estabilidade financeira do parceiro à beleza física*.
Calma, brava leitora, não se antecipe às minhas conclusões! Não pretendo aqui rezar pela cartilha do bom machista, sequer acirrar a guerra entre os sexos, mas tão-somente demonstrar que a relação, quase umbilical, entre as filhas de Eva e o cobre não vem de hoje, uma vez que a própria propriedade privada teve origem última na eterna e incansável busca da cobra pela perereca. Explico:
Entre os primeiros hominídeos a vida deveria ser muito simples. O macho alfa, por ser o mais forte do grupo, perseguia e derrubava as maiores e melhores presas. Assim, trazia amiúde de sua caçada um mamute ou uma corsa. O macho beta, por sua vez, quando muito conseguia uma esquálida raposa ou uma lebre, nos outros dias saciava-se com parcas batatas e raízes.
Obviamente as garotas-da-caverna mais gostos....digo, mais aptas a procriação, preferiam o brutamontes, restando ao miserável macho beta as piores barangas da idade-da- pedra. Por sorte, não tardou a se dar conta de que, com as intempéries do inverno, tampouco o manda-chuvas conseguia algo de melhor para comer do que suas batas e pensou que expandir os negócios como forma de atrair alguns olhares femininos não seria má idéia. Cercou uma pequena área, cultivou suas batatas e prendeu algumas galinhas. Após alguns invernos o macho beta havia conseguido traçar toda a mulherada das redondezas e estava assim, oficialmente criada a propriedade privada.
O leitor um pouco mais desconfiando pode taxar minhas conclusões de demasiadamente fantasiosas e precipitadas por atribuir à uma mera perereca o poder de moldar toda a História . Faço minhas as palavras de Pascal “se o nariz de Cleópatra fosse mais curto, toda a face da Terra seria diferente”. Ora, se um nariz é capaz de tanto, o que dizer uma perereca?
Pensemos que, por conta da perereca boleniana, Henrique VIII fundou a Igreja Anglicana; que perseguiu os puritanos; que fugiram para América dando origem às treze colônias e conseqüentemente aos U.S.A; que por sua vez são responsáveis pela McDonald’s, pela crise na economia mundial, pelo aquecimento global, pelo rock in roll, pela globalização e até mesmo por este blog, uma vez que criaram a internet..............e mil vivas à perereca e na dúvida, deixemos de freqüentar tanto as academias e nos dediquemos a ganhar mais dinheiro.




* http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2007/09/070904_speeddatingestudorw.shtml

9 comentários:

  1. Ora, ora, ora...
    Vejamos quem está de volta! Seja bem vindo novamente a este mundo virtual.

    ResponderExcluir
  2. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderExcluir
  3. Como tantos e tantas por aí...

    ResponderExcluir
  4. Eu não me preocuparia se um cara lindo me pagasse todas as contas, todos os meus caprichos e no final das contas ainda olhasse pra mim e com um belo sorriso me dissesse: isso é pouco para ter você a meu lado, querida.

    ResponderExcluir
  5. As mulheres descobriram a agricultura. Queres saber como, ou já o sabes?

    ResponderExcluir
  6. Agora vi o relógio...hehe. Se fosse uma cobra...rsrs

    Tem post novo.

    Besos venenosos.

    ResponderExcluir
  7. Ora, mas não é o óbvio ululante?!ehehehheehhe

    ResponderExcluir

Quer comentar? A discussão está aberta à liberdade total e irrestrita.