domingo, 21 de fevereiro de 2010

Só me fodo nesta merda

Por esses dias lascivos de carnaval ganhei um cortezinho no supercílio direito para dar um charme mais bad neste rostinho que mamãe talhou com tanto esmero e capricho. Nem precisava dizer que não estava de "cara limpa", afinal era carnaval e umas cervejinhas e outras estão perdoadas neste licencioso período em nome de Dionísio. Conquanto a visão de meu próprio sangue me provoque um temor reverencial, no mais não me causou mais transtorno que ter que tomar as precauções que o Dr. Dráuzio Varela aconselharia para estas ocasiões. C'est la vie! Até ai, nada de novo no front, café pequeno. Mas como miséria pouca é bobagem, passados alguns dias fui "secar" a "coisa" jogando com o São Raimundo. Logo ao sair do carro numa chuvosa noite de sábado, e desta vez mais careta que atendente do CVV, tropecei e caí ferindo meu joelho e rasgando meu melhor gins para delírio da platéia que assistia a pixotada de camarote na frente do bar Ventura. Praga de remista é o ó….Tive que engolir a seco, sair a francesa e voltar pra casa ruminado uma praga ou outra. Para piorar a uruca, na volta furou o pneu do meu carro e, como de costume, estava com o estepe nas mesmas precárias condições. Não tive como deixar de pensar na frase do velho filósofo Conrado "eu só me fodo nesta merda"……. Tá louco! Do jeito que a coisa vai vou acertar os números da Mega Sena e não ganhar o dinheiro. Tem coisa pior?

sábado, 13 de fevereiro de 2010

Da vocação ao precipício


deixai toda a esperança, oh vós que entrais!!!!!!!!
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Há tempos identifiquei em mim um problema que é sempre recorrente. Para onde caminhe me deparo inevitavelmente com o precipício. Olho para baixo, a vertigem me deixa tonto, os sentidos embotados. A desesperança. O desejo de lançar-se. Reluto, e retomo meu caminho até que encontre mais um precipício e mais outra vertigem.Com o tempo inferi desta constatação que sou acometido de uma espécie de vocação," Síndrome do precipício" cujos sintomas são mais comuns do que possa parecer. Passa-se um tempo tranqüilo, a planície bela, a relva mansa, o vento cálido, o sol sorri como criança. Crê-se por certo tempo que tudo permanecerá assim . Quando menos se espera irrompe-se o precipício como uma imagem onírica em technicolor. Pessoas como eu trazem subjacente o precipício consigo e arrastam quem tiver ao lado. Não há saída. O céu torna-se turvo. As lufadas de vento congelam até os ossos. Um calafrio percorre o corpo. Você caminha pela escarpada vendo as pedras e todas as esperanças despencarem no vazio infinito e absoluto. O coração dispara sua marcha frenética e a sensação da morte é constante. O desfiladeiro parece dizer…….." precipite-se", " precipite-se" ,"precipite-se".