terça-feira, 24 de março de 2009

DA JANELA LATERAL


Ontem novamente espiei minha vizinha, porém desta vez foi agradavelmente diferente. Fazia tempo que não a via assim, tão bela, tão nua, tão exposta. As vezes chego a duvidar de que ela realmente não tenha conhecimento dos olhares que a violam. Confesso que não perderia horas a fio a espiá-la se desconfiasse de que em algum moment0 notara minha presença na sacada do prédio ao lado. Todo o prazer do voyerismo provém do anonimato, da violência, do estupro visual. Hei de convir, todavia, de que com a arma que carrego comigo, um binóculo de quase meio metro, notar-me não seria tarefa lá tão difícil assim, não fosse minha enorme habilidade de tornar-me invisível. Cheguei até a colocar em minha sacada um vaso com um robusto pé de figo, naturalmente não apenas para decoração do ambiente. Não me tomem por tão inescrupuloso assim, afinal quando minha vizinha apalpa os seios rotundos ao sair do banho; quando deixa cair a toalha ao se admirar no espelho; quando dança apenas de calcinha ou quando se toca ao falar ao telefone não sabe que a vejo. Aos marmanjos de plantão “quem nunca brechou a vizinha que atire a primeira luneta”. As leitoras, até perdôo que, precipitadas, me taxem de tarado, depravado a algo do gênero, mas pensem no que há de tão mal em ser admirada por um estranho? Estranho que sequer escutou o timbre de sua voz; que sequer sabe o seu nome; que sequer sabe de sua vida, mas que, contudo, pode enumerar todas as curvas e sinais espalhados pelo seu corpo. Nem venham criticar minha vida sexual, ela vai muito bem, obrigado. Voyerismo nada tem a ver com sexo.
Mas voltemos à minha vizinha. Minha vizinha tem por volta de seus 16 à 17 anos. Sei pelas formas rijas de seu corpo e pelos livros de vestibular e do paulo Coelho que lê. É morena de cabelos lisos e negros, tem rosto angelical e gosta da Britney Spears. Bom, esta última característica eu apenas deduzo em minha fantasia, pois já a flagrei dançando um ritmo semelhante só de calcinha na penumbra de seu banheiro. Já que falei em roupas íntimas, vestia sempre calcinhas de algodão com motivos infantis. Digo vestia, pois atualmente a tenho visto de renda. Ontem à noite, voltava do trabalho, ainda de terno e gravata. Servi-me de um copo de vinho que havia sobrado do domingo e fui para sacada acender um cigarro. Mal havia tirado o isqueiro do bolso e engolido minha fumaça quotidiana quando percebi que a luz da janela ao lado estava acesa. Era ela. Antes que adiante meu relato, preciso explicar que tanto meu prédio quanto o prédio ao lado possuem janelas com vidro fumê. Trocando em miúdos: de dia não se vê nada, à noite, acesas as luzes se vê absolutamente tudo.
Depressa corri tropeçando nos móveis, agarrei os binóculos, apaguei as luzes, pressuroso e voltei à sacada escondendo-me ao lado dos arbustos de meu fiel pé de figo. Não saia do banho como das outras vezes; não estava só de calcinha assistindo a TV ou lendo um livro ou mesmo dançando Britney. De roupão aberto, desfilando, deitou-se na cama. De chofre levantou e dirigiu-se ao banheiro. Pensei que havia acabado meu show particular. Ledo engano, estava apenas por começar. Logo em seguida meu celular tocou, era minha garota .Como achava que a noite já havia findado, resolvi atender. A conversa ao celular caminhava noite adentro quando ela retornou. Dei uma desculpa qualquer e desligando o celular mergulhei em minha contemplação concupiscente.
Deitou-se novamente, abriu o roupão e as pernas e delicadamente com uma pinça começou a retirar zelosamente alguns pêlos pubianos. Pensei com meus botões. Calcinha de renda preta, depilação dos pêlos pubianos “ahhhhhhhhhhh, essa juventude, tão nova e já imersa nos prazeres sexuais”...............

sexta-feira, 20 de março de 2009

O SENADO E SUAS MIRABOLANTES DIRETORIAS

Assunto sempre recorrente no país são os escândalos de corrupção, desmandos e gastos abusivos do dinheiro público envolvendo nossos representantes legais. Atualmente veio à tona o tema das 181 diretorias que possui o Senado Federal, algumas, segundo as críticas, sem qualquer função aparente como a diretoria de manutenção de ar-condicionado, a diretoria de garagem e a diretoria de apoio aeroportuário ou mais conhecida como a diretoria de check in. Sem querer enveredar por inúteis divagações acerca da cidadania,democracia ,erário público e etc e tal, ouso discordar dos tablóides que veicularam a notícia e de seus críticos de plantão.
Em primeiro lugar cumpre argumentar que nossos senadores provêm das mais variadas classes e camadas que compõem a sociedade brasileira. Conhecimentos técnicos não lhes são exigíveis, mas somente o político. Como lidar com aparelhos tão sofisticados como um ar-condicionado sem o risco de com o uso prolongado danificá-lo?
Ademais, pensemos que 13% dos membros do Senado Federal são senadoras, ora, como estacionar seus veículos sem a ajuda de um diretor e 2 flanelinhas assessores?
Por último, é cediço que os senadores precisam retornar constantemente às suas bases políticas, quais sejam, os Estados-Membros, a fim de fortalecer seu apoio político e de conhecer as realidades e necessidades locais. Pergunta-se, não é compreensivo, sejamos justos, que após longo período longe de Brasília o senador esqueça-se qual é o portão de embarque e, consequentemente, necessite de um diretor que o guie?
Creio que por conta de injustificadas e severas críticas viu-se o Senado forçado a caminhar na contramão da história, extinguindo mais de 50 diretorias e exonerando ciosos e leais diretores como forma de aplacar a fome da mídia.
Eu, do meu lado, tenho algumas sugestões de novas diretorias que poderiam ser criadas, por exemplo: " A DIRETORIA DE MODA" (para indicar aos senadores que algumas gravatas não combinam com ternos xadrez); " A DIRETORIA DE DISCUSSÕES EM PLENÁRIA "(para lembrar ao senador que antes de xingar outro senador precisa chamá-lo de Vossa Excelência), e por fim a mais importante, "A DIRETORIA DE DEFESA DAS OUTRAS DIRETORIAS ", de antemão me coloco à disposição para o cargo de diretor. Alguém ai está precisando de um cargo de assessor?