terça-feira, 16 de março de 2010

Aos trôpegos ébrios lúbricos



Ébrios e prenhes de fantasias tão atrozes quanto à trois.

Troam as vozes dos trovões enquanto lúdicos loucos se permitem e se perdem em fantasias, versos e aliterações. "três pratos de trigo para três tigres"

Quem foi que disse que três é número impar?

Se estória não consta dos dicionários, aquela seria uma, sem nexo, sem léxico, no meio de tantas outras não dicionarizáveis.

“Onde eu deixei minha bolsa?”, “Por que você me queimou com as cinzas do cigarro?”, “Onde estão as chaves do carro, meu bem?”

Pândegos, riem e remoem memórias vívidas e não vividas. Cantam velhas canções que ouviram em um boteco enxovalhado da esquina onde se toma uma coca-cola depois de uma noite de ressaca.

Troçam e se trançam, brincam e descansam, brindam e balançam. " Você realmente leu aquele livro do Baudelaire ou está bêbado?". " Os dois meu bem!!".

Lúbricos, ignoram a luz do dia. São pintores de uma tela cubista com a paleta de cores feita de membros e retalhos, de frêmitos e humores. Protagonistas de uma película surreal de Dali e Buñel, ou náufragos em uma canoa, sem limites, como em outra do Mario Peixoto.

Trôpegos, lassos e sem laços já não encontram mais o vulgar caminho daquilo que se chama casa. " deixe que ela dirija", "Por que você me tratou assim?"……….."Ei, que chaves são essas no meu bolso?"

quarta-feira, 3 de março de 2010

O QUASE-CONSELHO DE UM ARIANO A UM AMIGO TAURINO


Tenho um camarada que é de Touro. Um daqueles tipos teimosos e bonachões que acredita em todo o mundo, incapaz de fazer mal a uma mosca e que troca uma domingueira no Mormaço para ficar em casa tomando coca-cola, comendo pizza e assistindo Faustão. E, claro, que não lê meu blog, o que me deixa tranqüilo para postar sem ele me chamar pra chincha. Pois bem, um dia desses o sujeito me procurou pedindo conselhos sentimentais. Não sei porque procurou a mim. Talvez pelo fato de os carneiros possuírem chifres tão robustos quanto os touros. Ora veja, meu parceiro havia arranjado uma namorada há pouco tempo e mal sabia que tinha arrumado sarna para se coçar. Caso clássico na patologia chifrense. A ploc encontra um trouxa para posar de star e longe dos olhos dá mais que chuchu na serra. O tucupi é sempre o mesmo só muda o pato. Para encurtar a história. Não comia, dormia ou trabalhava há pelo três dias. Me relatou minuciosamente um punhado de fatos que, por ironia do destino, sempre tinham uma segunda interpretação plausível. Falou praticamente durante uma hora e ao final me disse: " na verdade, não tem nada a ver, eu é que estou criando coisas". Permaneci calado. Ele sem nada mais acrescentar despediu-se a saiu aliviado. Falar pra que? Burro velho não aprende a marchar.

Ora, afora casos de síndrome de Otelo, se você desconfia de alguém é porque existe no mínimo algo para dar azo a essa desconfiança. Corno São Tomé não se contenta com indícios. Eu mesmo há algumas semanas constatei por acaso uns chifres que levei no passado e que à época deixei por crédito do benefício da dúvida. (na conta do Papa). Paguei o preço: o íncubos dos infernos usava até a filha como álibi para fornecer comida delivery pro amiguinho de Curitiba. Boa bisca não era.

Cornos de touro ou carneiro a parte, tirei uma lição que quis dizer ao meu amigo taurino mas me faltou coragem ou me sobrou compaixão. " NUNCA ACREDITE EM UMA MULHER QUE TE DIZ QUE NAO DA VALOR A BELEZA FISICA: OS MARIDOS SAO FEIOS, MAS OS AMANTES SAO LINDOS".